segunda-feira, 26 de setembro de 2011













esse meu cordel estradeiro
já viajou por muitas léguas.
andou caminhos tortuosos,
sem métrica, regras ou réguas.
apertou-se em trens na cidade.
apartou-se em lombos de éguas.

com ele fui em muitas salas
e deitei-me em algumas camas.
envolvi-me em brigas, romances,
politicagens e outras tramas.
fiz brotar xingos em homens
e suspiros em muitas damas.

me meti em tudo isso
somente por intenção
de conquistar algum dia
a primorosa elevação
de trazer junto ao peito
um amor no coração.

que não fosse passageiro
e que me deixasse pleno.
um de janeiro a janeiro
e que fosse puro veneno.
mas só encontrei o ligeiro,
desses que é bem pequeno.

e eu também tenho um gênio
que é tremendamente mortal.
percebo que a coisa é frouxa?
mato a cobra e mostro pau!
encharco-me de sentimentos.
não quero o que é visual.

por isso esse meu cordel
tá totalmente emaranhado.
uma linha de cada forma,
um verso pra cada lado.
num ligo para o que acham,
pois assim também sou tratado.

se querem ver rima rica
vão atrás de sérgio vaz.
enquanto não ter esse amor
minhas rimas serão incapaz
de transmitir o que seja:
calma, lindeza ou paz.

eu rimo é por teimosia!
que nem que na respiração.
quando quero fazer poesia
penso em trote e confusão.
talvez ela mude algum dia,
quando ver a tal da paixão.

por hora eu vou destilando
o meu pensamento atroz
que vagueia pra todo lado
de forma cruel e veloz.
e que ninguém deveria ler
e muito menos de ter voz.

poesia é coisa bela,
que fala de sol e gaivota.
que seja ao menos singela
e que ainda renda uma nota.
pra mim ela é pura balela
que uso pra fazer chacota.

mas se um dia à mim chegar
o quisto amor de mulher,
prometo mudar de conduta
e me dedicar ao mister
de parar de fuleiragens
e ser pro que der e vier.

enquanto isso eu vou ficando
nadando em minha amargura.
fazendo cordéis horríveis
que ao povo mete paúra.
mulher; não demore em vir,
pra coisa mudar de figura...




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