quarta-feira, 29 de setembro de 2010

amo andar pela cidade.
principalmente nessa época do ano. a cidade fica toda florida. 
ipês de todas as cores explodem nos meus olhos. ando como um caçador atento, distinguindo esses prazeres visuais entre o cinza dos carros e dos prédios.
as flores não são os únicos alvos da minha visão faminta.
as mulheres também enchem minha vista de alegria. 
mas a melhor temporada para observa-las ainda é o verão mesmo.
se as horas deixarem, falo com as pessoas. 
uma senhora de idade que enterrou o irmão mais novo ontem. um cobrador que é fã do carlos alexandre. um atendente de padaria revoltado com o patrão. 
a todos eles escuto e dou dicas.
gosto de fazer caretas para crianças que me olham intrigadas, sem que seus pais percebam.
e as bancas de jornais? paro em todas, principalmente aquelas que expõe os tablóides de capa inteira do lado de fora. 
sou sujo com jornaleiro que miguela esse beneficio ao cidadão.
no meu trabalho ando em média seis quilômetros por dia. e nesse percurso, procuro uma sincronia em que todos os faróis estejam abertos para mim. sigo os sinais.
me energizo com a velocidade da cidade que tenta, mas não consegue me atropelar






tinha andado bastante aquele dia.
engraçado como as distâncias ficavam curtas quando ele sabia para onde estava indo.
começou às nove, lá no largo da batata.
subia a cardeal e adjacências quando viu-se nas clínicas.
e nem brigara ou fora atropelado.
chegou ali por livre e espontânea vontade de suas pernas e de meia dúzia de gente que
encontrara no caminho.
mais amigos que clientes.
mas sempre fazendo um negocinho...
saiu pela direita e parou num buracão para ver os desenhos lá em baixo.
viu mais carros que desenhos. mas os poucos que viu, lhe deram agrado. 
o celular tocou quando ele penetrava a paulista. olhou o aparelho. era ela. atendeu.
"tudo bem?"
"tudo indo."
"pra onde?"
"pra´lém."
"adorei o e-mail que você me mandou..."
"eu também adorei mandar ele pra você."
"vem ver um filme hoje?"
"vou."
"dou aula até às sete; me liga às sete e três."
"pódeixar.beijos quentes..."
daí o dia fluiu melhor.
na augusta, constatou que o paulistano prefere carro cinza.
 foi comer rodizio num japonês que tem ali perto da lorena. desceu lá só pra isso.
tava com grana. queria comer. foi.
não dava pro rodizio ser pelas cores dos carros?
cinzas e pretos nas sextas.
depois do rango acelerou.
falou com uma. presenteou outro. prometeu algo praquela.
desculpou-se.
quando viu, já tava na domingo de morais, pode?
olhou no aparelho. quatro e meia.
uma amiga disse que o aquilo que ele fazia desde os treze anos era flanar. era?
a mãe dizia que era bater perna.
o pai dizia: "quem boa romaria faz; em casa tá em paz!"
mas ele não. fluía na rua.
andava entre cães e carros.
chicletes e catarros ele pisava. e o tempo passava.
foi no escritório, passou uns e-mails, fumou com o metrópole na mão e ouviu um som.
saiu para vê-la. ansioso que era, bem adiantado.
pegou trem e metrô até o jd. santo antônio.
viu que o sapato tava bem baleado.
tinha uma marreca pra graxa.
entrou no carrefour (óia) e não viu aquelas cadeironas de engraxar que pensava ter visto alguma vez. 
em algum lugar.
aproveitou que estava ali e foi até a seção de perfumaria.
escolheu o desodorante que mais lhe agradou e, fingindo estar experimentando o aroma, borrifou tronco e cangote.
foi vê-la. todo (an)dado.

domingo, 26 de setembro de 2010

digaê meu povo!
a uma semana da eleição ainda não sei se vou às urnas ou tomo um pifão.
fico constrangido com esse cenário que se apresenta, mas como disse alguém aos meu ouvidos ou aos meu olhos (não lembro agora): "cada país tem o governo que merece."
digo assim até porque eu mesmo não sou flor que se cheire.
assim como a cássia eller eu poderia ser um padre ou um dentista, mas continuo na minha vidinha mão pra boca.
mas porra... eu sou só o augusto.
lá em brasília existe uma estrutura faraônica que se estende por cada unidade publica desse brasil.
supostamente composta por equipes de individuos formados em pensar soluções para o bem estar do seu povo.
pagamos por isso. mas não é bem assim.
a impressão que tenho é que não tem um político de rabo preso e eles só servem mesmo é ao interesse do deus reais. é o recado que eles me passam.
mas dentro disso, acredito na transformação das pessoas através das crianças.
o brasil tem só 500 anos. quanto sociedade, muito menos. estamos engatinhando.
quem sabe a vida melhora
de uma hora
pro outro






chega época de eleição
e tá pronto o desrespeito.
a rua parece um lixão.
toda suja de panfleto.
tá certo o cidadão
sujar a rua desse jeito?

e o horário político
parece 1º de abril.
se o cabra for analítico
só vê declaração vil.
fazem papel de ridículo
só pra mamar no brasil.

eles vão para a tv
destilar suas imundices.
nas bancas, podemos ver,
um jogo de disse me disse.
é o partido do não sei do que
apregoando milhões de chulices.

é grande a politicagem
nos bastidores do pleito
nos mandam breves mensagens,
manipulam para serem eleitos.
e assim que encerra a contagem
de bobo nós somos feitos.

e nessa democracia
onde se é obrigado a votar
só ilustra a hipocrisia
daqueles que estão por lá.
imagino a velhacaria
na hora do voto apurar.

o problema é que no brasil,
político é personagem.
eleitos; você já viu...
se fecham numa blindagem.
deixa a atitude util
só pra fazer sacanagem.

outra coisa eu venho notado...
brasilia tem que mudar!
ministério, câmara e senado
tem que estar onde o povo está.
o cerrado é muito isolado
e longe pra nóis protestá.

lá eles ficam a vontade.
a cidade da injustiça.
enquanto a calamidade
ao brasileiro se atiça.
fora as taxas que invadem
e quando vem não avisa.

pagamos milhões de imposto
para esses impostô
ter restaurante ao seu gosto
e viajá pro exteriô.
o povo come o decomposto
pão que o diabo amassô.

o povo precisa entender
que tá tudo errado, porra!
eles querem enriquecer.
e o povo? o povo que morra!
devemos saber escolher
que vai ser a melhor pessoa.

e essa pessoa, parece,
ainda não apareceu.
o nosso povo padece
daquele padrão europeu:
se encanta com o que resplandece
e esquece de quem já sofreu.

hoje eu não torço pra time
e não faço partido pra ninguém.
procurem ter a mente firme
e enxergar mais além.
instaure seu próprio regime
e viva como lhe convém.

falou o poeta fuleiro
e logo logo tem mais.
mostrando que o dinheiro
deixa os homens imorais.
viram cegos cordeiros.
abraçam o satanás.



caros queridos;
semana mais frenética. montanhescamente russa.
e nesses altos e baixos me encharco de sentimentalidades (boas e más) e me vejo pego pelo passado.
nessas horas ele me mostra que eu ainda não tenho a chave da porta. e eu digo a ele que não me importo.
mesmo com a perna quebrada, ainda entro pela janela do futuro.




caricia.jpg image by morena_lilica


a carícia não esta mais nas bancas.
esta no sacolejar
de suas ancas.

das tamancas
desço.
e esqueço que padeço
do passar dos anos
dos tipos desumanos
das coisas que escutamos

você começa a entender
algo que eu queria dizer...

dessa doença 
de nascença
que só sara
quando eu morrer.
te prepara!

quando for esse agora,
não chora...
dá risada e comemora
pois morrerei lembrando 
da hora
em que a bela moça branca
saculejou-me 
a sua anca

terça-feira, 21 de setembro de 2010





papo telefônico com ágata agora a pouco:


'oi mozamô.'
'oiiiiiii paaaaai.'
'tudo belezin ai?'
'tudo tudo.'
'kem taí com vc?'
'eu e a valda vendo tv.'
'e o seu irmão?'
'tá lá embaixo brincando.'
'huuuum. chuveu muito ai hj?'
'eita, pai! deu uma chuva de vento. destelhou até casa...'
'pra cá chuveu pouco. mas o metrô parou e os carros alagaram as ruas. a mesma merda...'
'rs.'
'e o óculos novo? tá enxergando melhor a lição? não quero nota baixa nessa altura do campeonato. 
só tem férias se passar direto...'
'ai pai; tá bom.'
'tá enxergando melhor a lição ou não?'
'tôôôô paaai.'
'então tá. aki; sua mãe não falou um monte pra vcs por causa de domingo, não?'
'não...'
'ahhhhhhh!!! nem assim: "vcs heim? nem liga pra eu ficar lá de noitão esperando no carrefour e vcs só me vem na segunda de manhã?" duvido!'
'não. não falou nada. graças a deus!'
'amém. sua mãe é uma pessoa muito sensata. ela não tinha nada de brigar com vcs mesmo. eu que me distrai.'
'a gente tbm'
'rs. sua mãe é gente fina. não foi a toa que eu me casei com ela um dia.'
'ummmm diaaaaaaa. lá tããão tããão distante...'
'kkkkkkkkk. e se vc ker saber; não me arrependo, não. se não eu nunca que ia conhecer vcs.'
'vcs kem?'
'vc e o davi.'
'é né, pai? a gente nem ia existir...'
'pois é. ja pensou q vida triste a minha, sem vcs nela?'
'ah pai! daí vc ia ter outros filhos. e ia falar a mesma coisa...'



ri muito, muito, muito.
ai começamos a falar de destino.
eu axo q nos entendemos.


salve meu povo!
voltemos à esse diário poético e frenético que tenho tido muito prazer em partilhar com vocês.
sábado quem esteve na benedito curtiu uma tarde beeeeem musical.
Itamar estava lá na forma de músicos e poetas loucos que cantaram, beberam e se abraçaram em louvor ao beleléu.
posto aqui a rima de pé quebrado que fiz pro nêgo dito.
a festa da michelle também foi um arraso.
a galera estava agitada e quando rolou wando o povo foi ao delírio (eu disse, mi!)
colei com o davi, a ágata e a mônica, que dançou como eu nunca vi.
viemos embora no fim da primeira festa, por volta de uma da manhã.
fiquei sabendo, no dia seguinte, que teve mais duas festas até as nove da manhã.
mas no fim da tarde de domingo, já estavamos  de novo na casa do peu, festando junto com o povo dos afrosambas. o tim e a valéria também estavam lá. queridos.
hoje tem a abertura da exposição do jair no monte azul.
quem gosta de arte, vai.
eu gosto de vinho.
vou também.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk~



aumenta o som!
pois hoje a função
é pra Itamar Assumpção.

apareceu no cenário
com um que de visionário.
e com seu jeito peculiar
marcou a musica popular.

batuque com guitarra
misturou com primazia.
quebrou muitas amarras
com a sua ferina poesia.
o povo caia na farra
ao som da sua melodia.

saiu de tietê
para nos entreter
com musica swingada.

revelou grandes cantoras
que eram as suas pastoras
no caminho da madrugada.

la na lira paulistana
ele fez o seu Q.G.
ali, nos fins de semana,
botava pra derreter.
iam todos em caravana
dançar, rir e beber.

ele e a isca de policia
formavam uma milícia
da pura malícia delicia.

também era ele o pajé
da roda do candomblé
cheia de magia e fé.

pretobrás verdadeiro
da cidade e do terreiro.
criatividade
virando saudade.

reverenciava
os grandes baluartes,
como fez com Ataulfo Alves.

minha musica preferida?
a resposta não seria breve...
mas se for pra ser resumida
eu diria 'parece que bebe'.
como trilha sonora de vida
essa musica bem me serve.

Francisco José
Itamar de Assumpção;
eu venho em exaltação
agradecer a vibração
dessa sua encarnação.

nêgo dito. pretobrás.
muita falta você faz.
e a sua musica audaz,
que ouço desde rapaz...
e na verdade...

o meu filho também ouve você!
pois a genialidade
jamais irá morrer.

Salve Itamar!!!


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

esse texto eu escrevi a algum tempo atras numa terça de manhã. até hoje, só tinha mostrado ele pro gunnar que, como tudo na vida, achou uma bosta e falou para que eu fosse fazer um cursinho.
nessa ultima segunda estive no binho e vi muita gente boa, entre elas minha querida 
gil marie, que é uma mulher bonita, forte e iluminada. ontem de manhã aconteceu-me quase a mesma coisa. correria pra todo lado e um certo nervosismo por ser do jeito que sou. tudo tem um preço.
aviso para a eletropaulo: banho gelado, só de cachoeira. filhos da puta!














foi assim que aconteceu:
eu tinha ido no binho na segunda a noite, tomei todas com o gunnar lá e só voltei pra casa na madrugada da terça. era mais ou menos dez horas da manhã quando eu acordei e, como de costume, quis ascender um cigarro. lembrei então que o meu dinheiro tinha acabado na noite anterior e eu já tinha começado o dia serrando cigarros. botei uma touca na cabeça e subi a ladeira em direção ao bar do cosme afim de comprar uns picados fiado. depois de ser gentilmente atendido, sai baforando um derby ladeira a baixo. foi na curva da ladeira que eu avistei o carro da eletropaulo. parado na porta da minha casa.
traguei o cigarro e continuei no mesmo passo e, pelo meio da rua, passei batido pelo carro e pela casa.
três contas atrasadas.
pensei comigo: "que se foda!". passados uns cinco metros da minha casa, ouvi chamarem meu nome. olhei para trás e, ja fora do carro, uma funcionaria devidamente uniformizada (tava até de capacete), me questionou: "você mora aqui?" eu disse: "não". seu rosto adquiriu um tom irônico e ela reptiu a frase com ênfase na afirmação: "você mora aqui!". dei o ultimo pega no cigarro, joguei-o  no chão e andei na direção dela com um sorriso mais irônico ainda."uau! vocês agora estão usando leitores de retina para identificar os caloteiros? mas ai...", falei já trancando o portãozinho que dava acesso a caixa de luz, "meu nome não é augusto. eu não moro aqui e sugiro que você passe mais tarde e fale direto com o proprietário, ok? té mais". já ia dando as costas quando a funcionaria falou: "eu vim cortar sua luz, augusto". me virei para ela e disse: "cortaê..."
numa velocidade incrível, ela se preciptou contra mim. pensei que fosse me bater. não tive a menor reação quando ela espalmou a mão sobre o meu peito e deu o sorriso mais lindo que eu já tinha visto na minha vida.
foi nesse momento que me lembrei dela. num breve momento, ainda sussurrei: "eu te amo!"
senti um forte choque elétrico varando o meu cérebro. morri ali mesmo na calçada, fulminado por um aneurisma.
malditos cigarros...
e essa foi a poesia que eu li lá no binho segunda . foi a primeira vez que eu a li.
escrevi esse cordel a pedido da lid´s, em mongaguá, quando eu tava com a perna quebrada.
ia ter um sarau n´ademar sobre o folclore. era agosto.
escrevi, mandei e ela leu lá. na época ela disse que o povo tinha gostado muito.
lá no binho gostaram também.
ei-la leila, leia:









RALOUÍN

o folclore brasileiro         
é rico de histórias e lendas.                               
e para alguns desses mitos
vou fazer uma oferenda.
ofertarei os meus versos;
quero ver quem é que aguenta...

o saci é um safado!
posso falar pra vocês
que a namorada dele
me falou que, certa vez,
ele chegou nela é falou:
"meu amor, fica de três..."

e a mula sem cabeça
também é outra descarada.
bem sabia que dar pro padre
ia causar um´arenga danada.
agora anda aí trotando
com a cabeça esquentada.

e o tal do lobisomem
só teme quem desconhece.
quando sobe a lua cheia,
pro mato ele desaparece....
já ando desconfiado
que esse lobo é uma lassie.

O negrinho do pastoreio
é tido como o protetor
dos que perderam alguma coisa;
perdeu; pediu pra ele: achou!
eu quero ver ele achar a grana
que o maluf desviou.

E a iara? pobrezinha...
procurou um rio que preste.
vendo tudo poluído
de sua realeza se despe.
hoje vive estudando
pro concurso da sabesp. 

até mesmo o curupira,           
um ser tido como místico,
procurou um ortopedista
e arrumou seu defeito físico.
hoje mora em manaus
e trampa de guia turístico.

e lá mesmo pra banda do Norte
tem mais um caso especifico.
o tal boto cor de rosa
não tem um dia pacífico.
toma sova toda hora
por ser cabra talarico.

mas a pior dessas figuras
que eu já vi até agora
é a loira do banheiro.
valei-me, nossa senhora!
tão feia como as moçoilas
que vagam na rua aurora.

e as nossas danças folclóricas,
reisado, catira e congada...
assim como a ararinha azul,
estão quase exterminadas.
todos querem ver cachorras
dando umas reboladas.

as brincadeira populares
também caíram no desleixo.
as crianças de hoje em dia,
vivem tudo fora dos eixos.
andam todas bitoladas
pela porra do playstation

e esse cordel folclórico
que fiz pra homenagear
nossas ricas referências
só vem solidificar
augusto, poeta fuleiro,
no folclore popular.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

festa high.
tudo divino maravilhoso.
wesley noóg: mui gracias, coración!
até me atrasei por conta do Seu Lourival.
ele tava lá no barzinho cultural (assunto pra outro post) com o Seu  Sebastião que deu show no acordeon. hoje tá tudo muito bom.
hoje só amanhã.
wesley noóg; sou seu fã!






faço parte do povo
e quero o que o povo quer;
musica, churrasco e mulher.
não tenho treta
com calcinha preta.
se pego ela na curva
sorvo
seu seio de uva.
e levo pra festa da Valéria.
melhor laje da favela.
o samba mais animado.
rola até um xaxado.
colo nela
pra balançar a roseira.
danço a noite inteira
na brisa da diamba.
ali ninguém desanda.
sério!
claro;
existem alguns ébrios...
mas eles não esculacham ninguém.
pra mim é um grande bem
andar pela minha quebrada
e cumprimentar o Seu Arlindo
num lido dia de domingo
de céu azul.
e, se pã,
almoçar na casa do Raul.
caboclo minero
que prepara um saboroso tutu.
falem da quebrada o que quiser,
mas daqui eu não arredo o pé!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

PARA CARLA BRUNI E MAIS DOIS HUMANOS

eu nunca quis nada da vida. eu só sempre fui aonde as coisas me levaram. minto. 
quero, sim, ver aonde vai dar essa breve passagem. o mistério me traz conforto e me deixa atento para todas as possibilidades que se apresentam. pode parecer tolo viver assim; acreditando em sorte e destino. mas o inverso , responsabilidade e compromisso, sempre me foram pesadas e erróneas. se bem que eles bem me acharam no caminho, dado os meus queridos filhos e os meus zelosos pais, que precisam de mim são.
o trabalho que me gera a modesta renda. as contas que me ameaçam a toda hora. 
e com juros. a casinha que me abriga. as pessoas que gostam de mim e me esperam inspirado e espirituoso. gosto disso. e eu só sei ser assim. é sobre isso que traço a linha em que me equilibro. ai esta a minha plateia. 
as vezes sobra algo ou alguém, mas dificilmente vocês vão me ver por ai com a roupa do capitão américa defendendo compromissos e responsabilidades. escondendo uma personalidade triste que cospe no olho dos outros achando que esta fazendo um favor. sou capricorniano. dou cabeçadas. ainda hoje, me espelho na velha escola, sempre seguindo uma intenção (ética) que esteja em harmonia com os meus costumes (moral). cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é. bem feito pra mim que sou assim. 
fica fria áfrica, áfrica fica fria. deixa fluir, na moral...








todo mundo é muita gente.
e eu, já sou mais que suficiente.
por ter alma que ressoa
e infância emaranhada

meus sonhos se espalham
pelos bolsos da minha bolsa
quase sempre furada.

eles vazam
para cantos de vidas
devastadas.
quem procura acha.

não me agacho para autoridade.
prefiro ficar só na cidade.
vagabundo nato
gozando anonimato.
esquecido
pelos ante queridos.
pela sociedade.

minha vida me dobra
me quebra
me celebra
e me cobra
por cada um dos meus passos
pelas farras que eu faço
e pelos espelhos
que eu estilhaço.

para os meus olhos vermelhos
tudo vem.
vejo a vida
e vejo aqueles que não a vêem.

sábado, 4 de setembro de 2010

sempre gostarei de quadrinhos.
e o que eu axo de melhor hoje, são fabio moon e gabriel bá.
vários amigos meus já conhecem. rs.
os caras são feras e são novos e tem uma produção intensa e sensível.
a séria "quase nada" fala a todo momento da vida. os bons e os maus.
que é o acaso agora. arrrrrrghhhhhh!!!!!!!!!!!!!
entrem no blog e entrem no flickr. lúdico.




http://10paezinhos.blog.uol.com.br/
http://www.flickr.com/photos/10paezinhos/

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

acabo de ler o primoroso livro "o que os economistas pensam sobre sustentabilidade" da Editora 34.livro que me esclareceu visões históricas e possíveis desses meus brasis véios sem porteira.reitero que tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas realmente; mudemos a nossa mente...
podemos apertar a tecla "foda-se" agora, até porque não estaremos aqui para ver a porra toda, mas e a potyra? a ágata? a paola? o luca? o davi? a maria clara? a sara? o anderson?   e os meus queridos netinhos? aguardo em breve "o que os ambientalistas pensam sobre capitalismo".
aleiam.





esse meu cordel urbano
vem a todos alertar
que dentro de poucos anos,
se continuar como está,
eu afirmo sem engano
que o mundo vai acabar.

o mundo vivia em paz,
mas veio a civilização,
sempre querendo mais
ouro, poder, posição...
e até mesmo os animais
padeceram por essa ambição.

sempre dizem que o homem
é um animal racional.
mas como, se ele consome
o mundo de forma brutal?
espero que um dia retomem
a essência original.

aquela que foi esquecida
quando formaram cidades.
e a natureza foi subtraída
de forma vil e covarde,
pela filosofia falida
da posse e da propriedade.

esse pensamento mesquinho
precisa de ser mudado.
pois se não os passarinhos
serão coisa do passado.
e deixaremos aos nossos filinhos
um planeta devastado.

você mesmo pode ver
o mundo se rebelando.
a Terra se põe a tremer
e os prédio vão desabando.
e quando se põe a chover
o homem fica amaldiçoando.

desesperado, põe-se a orar
jogando as mãos para o alto:
"meu deus, quando vai escoar
essa água que cobre o asfalto?"
a água sobe sem trégua
e detrói tudo de assalto.

você vai ver o fuzuê
quando subir os mares.
pois logo vai derreter
todas as calotas polares.
e o mundo então vai se ver
totalmente de perna pros ares.

não tem casa, não tem carro
que vai aguentar a parada.
voltaremos para o barro
de forma desordenada.
e ai pagaremos caro
por essa vida desregrada.

o mundo pode não acabar,
mas é certo que a humanidade
logo logo vai pagar
por toda essa insanidade;
optou por descartar
as principais necessidades.

o rio de agua cristalina.
o ar sem poluição.
os animais na campina.
o humilde e sua precisão.
mas fizemos a nossa sina.
difícil ter reversão.

aqui é o fuleiro poeta
com o coração partido,
dando uma de profeta,
falando o que tem percebido;
estamos na estrada certa
para estarmos todos fodidos!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

olha só que coisa rica!
essa gravação foi feita por isac, filho de raimundo, grande parceiro da guitarra, na casa deles.onde estavam também andréia, o querido carlos, allan azulão, alexandre, gilberto, rabí e a linda e pequena sara.
essas manifestações me emocionam e me impulsionam para as coisas boas e tênues da vida. colá lá no panelafro pra vê. ainda bem que o carnaval tá chegando e estaremos todos la no ibira pra ver o bloco do beco. ozaziê!