caros queridos;

depois de longos invernos, a rosa me mandou um e-mail.

rosa, querida rosa, que conheci no bar do binho e muito amei.

no e-mail ela conta que casou (oh shit!) e que veio aqui no meu sítio e achou o blog "sombrio". palavras dela.

concordo que ultimamente tenho andado um tanto macambúzio.

mas porra; como é que eu fico contente quando eu perco meu caderno cheinho de poesia lá na cooperifa?

é o terceiro que "perco" assim. ele fica ali pela mesa... vou procurar: cadê?

a uns dois meses, lá se foi assim minha maquina digital.

tá certo que o que tinha no caderno era muito fuleragem, mas o caderno era meu.

foi comigo e devia ter voltado. e não voltou.

tá certo que eu também estava um tanto quanto tocado pelo alcool; mas que pais é esse onde não se devolve a dignidade aos homens bêbados?

por que não deixaram lá com o zé?

tá certo! ninguém precisa me devolver a dignidade. nem quero! mas se alguém viu um caderno preto, de capa dura, com algumas pornografias escritas, favor mandar sinais de fumaça. terá gratificação.

e rosa...

as vezes sou amargo, mas no geral, o sabor tem sido doce. 

eu apenas tenho medo de dizê-lo.

o melhor de você, me agrada mais do que você possa imaginar. os outros não importam.

beijos

me encontro numa praça

tendo um pensamento insano.

cometendo a ousadia

de saber de deus os planos

e me pondo a perguntar

"pra que serve um ser humano?"

uma única e simples célula

a biliões de anos atrás,

inventou de evoluir

e virar mais animais.

rastejantes e asquerosos;

eram os nossos ancestrais.

a coisa até melhorou

quando veio o neanderthal.

a vida subiu de cargo

e como é muito natural,

a vida se viu obrigada

a se armar dum pedaço de pau.

e dado milhões de anos.

pras banda da mesopotâmia,

na invasão e na guerra

as questões eram ganhas.

e até hoje convivemos

com essa sina tacanha.

não fujamos da pergunta

que gerou essa regressão.

o homem nasceu pra guerra?

com isso eu não concordo, não.

já não basta a guerra diária

que é pra se ganhar o pão?

e nem só de pão vive o homem.

precisa de pinga também.

precisa de ter trabalho

e ser amado por alguém.

precisa de fé e força

se quiser ir mais além.

eu quero é ver o cidadão

rezar de cor na cartilha.

saiba que ao mínimo erro

te atacará a matilha.

quem numa hora te exalta,

na mesma hora te humilha.

essa natureza dúbia

é defeito de fabricação.

quantos conflitos criamos

atrás de uma solução.

lembrando que o inferno

tá assim de boa intenção.

lutas dadas por perdidas

pululam nas nossas vidas.

julgamentos precipitados

embaralham as nossas vistas.

pensamentos mal concebidos

por nossas línguas são ditas.

compaixão e entendimento

é tudo que podemos dar.

quem sabe se esses preceitos

você também possa esperar.

nem sempre a justiça vence,

mas contra o destino, não há.

nesse século vinte e um,

dita a era da informação,

o homem ainda é bárbaro.

é só ver na televisão.

amor, fartura e irmandade

só rima com desilusão.

eu vim aqui pra criar caso.

meus versos não são pra intendê.

a pergunta lá do começo

vai ficar sem responder.

mas eu acho, que o ser humano,

só serve é pra se foder!