quinta-feira, 27 de outubro de 2011





ARQUIVO ZIPADO EM VALTER HUGO FILHA DA MÃE







...foi como dar pele a um poema e trazê-lo a luz do dia, tocando meu cotidiano, afinal, mágico que me é dado a levar. e foram umas quantas fogueiras que eu quis correr riscos ainda maiores. sonhei um mundo, sendo ambicioso perante o impossível. então comecei a ver que isso de os poetas nos roubarem a alma não é coisa decente, pois aquilo de poesia leva muita mentira. fui perceber o quanto me era abominável o seu mundo organizado como um percurso de tarefas profissionais. e eu no meio, igual ser preciso tratar da limpeza ou pagar as contas da luz. apenas mais uma tarefa. a minha era administrar as saudades e o amor com uma leveza que, para mim, parecia um paradoxo e uma falta grande de amor próprio, como um mendigo. e ela dizia:  'é só o medo, augusto, não é gente. é o medo que se põe com maneiras de o apanhar. não vamos deixar que isso aconteça.' e eu ficava aterrado como  ficava desde pequeno quando as situações eram maiores do que meus pensamentos e o meu coração não sabia como parar de sofrer. não dava para meu coração sentir menos coisas.
ai, um não sei que de sentimento me derrotou naquela tarde.
e eu quis que o romantismo fosse uma coisa feita de merda e saísse do cu de algum bicho estupido. desfiz-me em átomos. refeito, vi que a vida é só isso: um novo modo de ter saudades, ou de lhes sobreviver.





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