quarta-feira, 30 de maio de 2012








em algum lugar
do meu sonho
uma fera
me espera.
me ponho
a abrir picada
na mata fechada
sabendo não dar
em nada
a minha fuga
desse encontro.
ela vai me pegar
e pronto!
sinto o halito
dela no ar,
seu cheiro almíscar...
não dá
pra escapar.
tenso, penso
em enfrentar
a criatura.
lutar essa dura lida;
mas ela é tão linda...
eu vou é me entregar.
logo me vejo
sobejo de desejo
em uma casa
abandonada
e subindo
uma escada
que me leva
a teia dela.
serei a ceia
dessa bela fera.
mas ao vê-la
de verdade
me arde
o desespero.
seu pêlo é curto
e vermelho,
iguais às unhas
rubras, curvas
e afiadas.
os olhos,
dois pedaços
de carvão,
que nem de
tubarão
numa cara 
meio ofídica.
um corpo esguio
que me enche
de arrepio.
me deixa vazio...
sem pensar direito,
logo me jogo
à fera
para que ela
rasgue meu peito,
abra minha cabeça
e desfaleça
os meus sentidos
no ato da apropriação.
acordo em rápidos gemidos
e de tesão.





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