quinta-feira, 24 de março de 2011

AO IRMÃO FRANKLIN




em certas tardes de ressaca

(como agora)

olho a vida la fora acontecendo

e nada agrada ao sentimento

aqui de dentro.




só se destaca a solidão dos seres,

presos aos seus afazares.

a pergunta que me inunda

e que não vai calar nunca

é 'pra que?

será que sabem o que estão a fazer?'




sera que andam pelo patrão?

por um pedaço de pão?

paixão?

ou por outros adereços

de preços inimaginaveis?

nascem reis, quedam-se impérios,

astros e naves cruzam o céu

e ninguém percebe o papel,

o mistério dessa jornada.

ninguém questiona nada!

nem mesmo se estão no fim

ou no começo.




é claro que eu também desconheço

questão tão além de mim.

talvez eu nem dê importância

para onde vai a humanidade.

isto esta em outra estância

que, na verdade,

não compete a minha realidade.




em todos esses anos

sendo mediano, fuleiro

e trapaceiro de mim mesmo,

não almejo desvendar esse roteiro.

que fique de sobejo.




só sei que esta lá!

aguardando o momento

em que cada elemento

vai transmutar.

o momento vai chegar!


 


por hora,

espero que a tarde lá fora

passe mais depressa;

pois aqui no meu exílio

existe um bar

perto de um trilho

onde esse tipo de conversa

nas garrafas ficam imersas.

Um comentário:

  1. Salve Augusto...

    pois é, a vida nos faz pensar nela. Acho que a grande questão, para além de pensá-la, é transformá-la.
    Como?
    Vamos buscando um meio.

    Aquele abraço,

    J.

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muito obrigado por comentar neste blog. só não esqueça que a trema caiu e que berinjela é com J! não leve a mal. estou avisando para que você não passe vergonha na frente dos outros comentaristas.