sábado, 4 de dezembro de 2010















caros queridos;
quinta feira a noite estive no jardim monte alegre, participando do sarau do elo da corrente. 
confesso que nesses anos de frequentador de saraus, nunca participei de um tão emocionante. quando chegou a noticia que o bar do santista tinha sido lacrado , fiquei injuriado por ver a prefeitura agindo arbitrariamente mais uma vez. se o bar não tem um alvará de funcionamento, tenho certeza que não é por sacanagem ou preguiça do santista. os tramites para receber tal documento passam por longos caminhos burocráticos e taxas abusivas. ninguém quer pagar para trabalhar. ai, vai o pobre do fiscal desavisado e põe um papel véio lá na porta do bar, embargando o bang.
mas meu povo é de luta. quando chegou a convocação pro sarau-protesto, não teve como eu me esquivar. nunca tinha ido no sarau do elo. em tempo: toda quarta é de lei eu estar na cooperifa. é no quintal da minha casa. tropeço bêbado no alto da ladeira e já caio de banho tomado na minha cama. na noite seguinte, o véio geralmente tá de rê bordosa ou então, colo na fundão, que é beeem mais perto de casa. disse à mim mesmo: "vou, vou e vou!" e fui. noite mágica. o sarau rolou a poucos metros do bar do santista, na futura garagem do tio do michel (quando for bater a lagem, é nóis!).só gente boa de vários coletivos.
a brasa tava lá, quilombaque, as belas d´ademar, e de tantos outros cantos. apesar de estarmos com uma bucha na mão, o que eu vi ali foi a celebração da amizade e da fé num futuro onde o respeito predomine, um futuro permeado de música, poesia, igualdade e trabalho funcional onde o retorno é garantido. 
respeito. muito respeito encontrei de baixo daquela lona. a chuva, que não foi convidada, veio somar. foi uma grande correria para acomoda-la, mas logo ela se enturmou com o meu povo e as meninas foram lá dançar com ela. eu fiquei só admirando a agua que vinha lavar nossas almas. os tambores gritaram alto. akins puxou o sambão.  e eu, sentei em baixo de um pé de arvore do outro lado da rua e fiz essa rima cotó para ilustrar o que eu fui fazer lá. o amor estava no ar. eu voltei apaixonado. 
pelo sarau do elo da corrente, pelo meu povo, pela vida e por uma mulher. noite mágica...




se o bar do santista tá fechado,
nóis não fica atarantado;
faz sarau do outro lado lado.

o que não pode fechar
é o canal com a poesia,
que gera forte energia
para o tambor e pra flor.

a palavra não será calada!
pode lacrar.
pode latir.
a palavra da perifa
vai se sobressair.

gente igual a raquel,
igual ao michel,
não deixará 
a cultura ao léu.

e a gente aqui presente,
cada elo dessa corrente,
estaremos sempre com eles
buscando a vida coerente.



P.S.  O bar do santista já tá liberado. oxalá!









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