AO IRMÃO FRANKLIN
em certas tardes de ressaca
(como agora)
olho a vida la fora acontecendo
e nada agrada ao sentimento
aqui de dentro.
só se destaca a solidão dos seres,
presos aos seus afazares.
a pergunta que me inunda
e que não vai calar nunca
é 'pra que?
será que sabem o que estão a fazer?'
sera que andam pelo patrão?
por um pedaço de pão?
paixão?
ou por outros adereços
de preços inimaginaveis?
nascem reis, quedam-se impérios,
astros e naves cruzam o céu
e ninguém percebe o papel,
o mistério dessa jornada.
ninguém questiona nada!
nem mesmo se estão no fim
ou no começo.
é claro que eu também desconheço
questão tão além de mim.
talvez eu nem dê importância
para onde vai a humanidade.
isto esta em outra estância
que, na verdade,
não compete a minha realidade.
em todos esses anos
sendo mediano, fuleiro
e trapaceiro de mim mesmo,
não almejo desvendar esse roteiro.
que fique de sobejo.
só sei que esta lá!
aguardando o momento
em que cada elemento
vai transmutar.
o momento vai chegar!
por hora,
espero que a tarde lá fora
passe mais depressa;
pois aqui no meu exílio
existe um bar
perto de um trilho
onde esse tipo de conversa
nas garrafas ficam imersas.
Salve Augusto...
ResponderExcluirpois é, a vida nos faz pensar nela. Acho que a grande questão, para além de pensá-la, é transformá-la.
Como?
Vamos buscando um meio.
Aquele abraço,
J.