'porque razão a senhora quer se separar?'
'não há amor de espécie alguma no casamento.'
'é isso o seu motivo?'
'sim.'
'mas a senhora esteve casada uma enormidade de tempo, não?
sempre foi assim desse jeito ou...'
'sempre tem sido assim, de fato.'
'e agora que as crianças deixaram o lar a senhora quer o rompimento. está certo assim?'
'meu marido é muito diligente. não tenho queixa nenhuma a fazer contra ele. é bom e ordeiro.
tem sido um ótimo pai. nos interessamos, os dois, por música e somos membros da associação de música de câmara. quer dizer, nós tocamos música.'
'mas me parece tudo muito bem.'
'sim, parece, mas não há amor nenhum no casamento. nunca houve.
'desculpe uma pergunta; a senhora, eventualmente, encontrou um outro homem?
'não, isso não.'
'não, isso não.'
'e o seu marido?'
'ele, que eu saiba, nunca me enganou.
'com a separação, a senhora não ficará bastante só?'
'decerto, acredito que sim. mas eu prefiro essa solidão a viver num casamento sem amor.'
'eu gostaria que a senhora falasse como é que se exprime essa falta de amor.'
'ela não se exprime de jeito nenhum.'
'decerto, acredito que sim. mas eu prefiro essa solidão a viver num casamento sem amor.'
'eu gostaria que a senhora falasse como é que se exprime essa falta de amor.'
'ela não se exprime de jeito nenhum.'
'então, não compreendo.'
'sim. e não é fácil explicar...'
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muito obrigado por comentar neste blog. só não esqueça que a trema caiu e que berinjela é com J! não leve a mal. estou avisando para que você não passe vergonha na frente dos outros comentaristas.